Sim, me ocorreu isso outro dia.
Cinema é como uma droga no sentido de que nos faz bem, traz um sentimento novo e inusitado, bastante prazeroso, que nos faz pedir por mais. Com o tempo, contudo, precisamos de doses maiores para alcançar o mesmo nível de prazer de outros tempos. Assim, quanto mais filmes assistimos, menos impacto eles têm.
Lembro da primeira sessão de cinema da minha vida. Foi no Cine Center, do Centro Comercial (hoje Shopping) João Pessoa. Não era bem um filme, mas uma compilação de desenhos animados curtos da Disney. À época já tinha visto Mickey, Minnie, Pateta, etc, na tevê. Mas naquela sala escura e cheia dum silêncio esquisito não era a mesma coisa. Tinha cinco anos de idade e fiquei embasbacado com aquela tela enorme e aquele som alto. Aquilo me afetou de modo que nunca mais pude ver TV da mesma maneira.
Os anos passaram e vi outros filmes que me embasbacaram, chacoalharam, desnortearam, atropelaram. O problema é que, depois de uma milha de filmes, comecei a querer mais, como uma droga que tinha seu efeito amenizado com o uso frequente. É uma decepção não se emocionar mais com os filmes e prestar mais atenção na fotografia, por exemplo.
Talvez um tempo de abstinência me faça bem.
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