quarta-feira, 19 de junho de 2013

Porno Pop Pocket




Em dias normais, não leio e nem recomendo poesia. Mas, como raramente estou num dia normal, aqui vai um livro de poesias que não apenas li como gostei. Porno Pop Pocket (L&PM, 2004), de Paula Taitelbaum , pelo que o próprio nome indica, é uma coleção de poemas eróticos. Ou melhor, são mesmo mais pornô que exatamente eróticos, mas o que permeia boa parte do livro é uma espécie de humor sacana e o jogo esperto de palavras. Ou talvez o melhor do livro seja a maneira como a autora dosa a bagaceirice num tom de leveza e graça.  Paula diverte e surpreende a cada página. Mas é erótico? É pornô? Ambos? Ou é só poesia? Abaixo coloco alguns dos poemas do livro


Meu lugar preferido
é perto do seu ouvido
nas dobras da sua orelha
onde minha língua passeia
sem sair do lugar
é lá que enfio bem fundo
o verbo mais imundo
que consigo encontrar

Você esticado na cama
feito uma carreira de pó
tenho gana de lhe cheirar inteiro
feito louca, de uma vez só

Ele gosta d emulheres com falo
no meio das falas
com palavras que pingam
e frases que entram rasgando
ele gosta de mulheres que fodem
com as regras de gramática
que comem letras quando estão gozando

Ok, sou uma cadela
mas uma cadela de raça
tudo bem eu dar meu rabo
mas que não seja na praça.

O problema de ter cara de santa
é não ser chamada de puta
quando a saia levanta.

Tô cansada
de foda
cronometrada
queria horas
e mais horas
de cravada
depois dormir
em concha
encaixada
com a xota
cheia
e toda
inchada.

Silicone, espartilho
algemas e salto fino
tudo farsa
depois da festa
ela tira
o disfarce
desfaz a pose
e de posse
de seu pênis
à pilha
vai comer
a sua ervilha.

Na vulva vibra a larva
que logo será borboleta
sairá do seu casulo
vai virar uma buceta

Quantos litros da sua
porra será que já engoli?
Será que o suficiente
pra você deixar
de me tratar
feito um guri?

Do céu da minha boca
despencam
estrelas cadentes
você geme um pedido
com a cabeça
entre meus dentes.

Vagina
de eterna
menina
mil fodas
e continua
pequenina.

A regra é não dar trégua
comê-la de quatro
chamá-la de égua
a regra é segurar o arreio
e se ela tentar fugir
puxar com força seu freio.

Hoje eu vou sentar
e descansar da vida
vou sentar um pouco
e esquecer as feridas
Hoje eu vou sentar
sem pressa bem devagar
sentar num pau bem duro
Hoje eu vou
Eu juro


Fiz uma breve estatística de alguns termos relativos a partes do corpo encontrados no livro.
O pênis está em primeiro lugar, com 24 ocorrências:
Pau – 12
Caralho – 4
Pênis – 2
Falo, jebas, pica, instrumento, cabeça, bolas – 1
A genitália feminina aparece 19 vezes:
Boceta – 3
Vagina – 2
Xota – 2
Grelo, gruta, sulco, flor-de-lis, tulipa, rosa, xeca, vulva, clitóris, grandes lábios, buraco, orifício – 1
 
Outras palavras que merecem menção, dado o número de ocorrências são: pernas (10), língua (7), porra (6), boca (6).


sábado, 15 de junho de 2013

Lewis Carroll - fotografias

Lewis Carroll, autor do clássico Alice no país das maravilhas, tinha uma obsessão na vida além das histórias voltadas ao público infantil: a fotografia. No século 19, quando a arte e a técnica fotográfica ainda estavam nos seus primeiros passos, o escritor, sabe-se hoje, era ávido fotógrafo amador, chegando a montar um estúdio em casa e até a vender algumas fotos.

Um dos seus temas frequentes era crianças nuas. Isso lhe deu uma reputação póstuma não muito lisonjeira, inclusive com acusações de pedofilia. Sabe-se também que uma menina chamada Alice Lidell foi a sua grande musa para a sua obra clássica. Mas as cartas que trocou com ela foram todas queimadas pela mãe da garota. Também as páginas do seu diário no período em que a conheceu desapareceram depois de sua morte. O que resta, então, é apenas especulação. Mas vamos aos fatos, ou melhor, às fotos.

Carroll com Alice Lidell, sua musa

Alice Lidell