Você já deve ter lido muitos livros de viagem (tá, bom, eu sei, não leu, mas deixa eu começar o texto assim, ok?), mas nenhum como este Guia do Brasileiro em Paris, de Mariléa de Castro (Artes e Ofícios Editora, 2008). Ao contrário de outros, este é inovador, diferente, gostoso e informativo.
Inovador
O livro de Mariléa é inovador pois não se limita a dar dicas de lugares para visitar. A autora realmente ama a cidade francesa e escreve para todos aqueles que desejam (ou já desejaram) muito conhecer Paris mas que, como ela, não têm tanta grana assim. Na verdade o livro bem poderia se chamar Guia do Brasileiro Pelado em Paris. Não é exagero, Brasileiro Pelado é uma figura criada pela própria autora para se referir aos que só podem ir pra Europa contando suas moedinhas depois de quebrar o porquinho (ou seja, quase todos nós). Não por acaso, o subtítulo é: Para aproveitar o máximo e gastar o mínimo.
Diferente
O Guia já começa de uma maneira inusitada. A autora instiga o leitor a se mexer, mostrando que, se ele não foi a Paris ainda, é somente porque ficou inventando desculpas esfarrapadas até agora. A introdução é pura motivação. Até quem nunca pensou em colocar os pés em Paris, como eu, fica tentado a conhecer a capital francesa. O tom que impera no resto do livro é de um bate-papo com o leitor, sem jamais descuidar da informação precisa.
Gostoso
A descrição de cada lugar não é meramente informativa, cada itinerário do Guia é um verdadeiro passeio pela cidade. Mariléa é realista e nos mostra que problemas, dificuldades e contratempos fazem parte de qualquer viagem, mas, no caso de Paris, os obstáculos apenas acrescentam um sabor de aventura ao roteiro. Ela conta suas roubadas e dá conselhos baseados nas suas boas e não tão boas experiências (lembre-se: tudo é aventura).
Informativo
Escrito de forma bastante pessoal, o Guia pode ser quase considerado um diário de viagem. Mesmo assim, informação precisa não falta no livro: desde a documentação que você tem que providenciar ao tomar a decisão de viajar (o que certamente deve ocorrer ao longo da leitura) até o momento da volta, passando por hospedagem, alimentação e (principalmente!) ga$to$, tudo está detalhada no Guia, com telefones, endereços, mapa das linhas de metrô e o que mais for preciso para o sucesso da sua viagem (até mesmo dicas sobre como arrumar a mala).
Nas palavras da autora:
Nos guias de viagens, quem é que nos conta a VERDADE mesmo – aquelas insidiosas, reles e constrangedoras miudezas que fazem a vida funcionar e a pessoa sobreviver no estrangeiro e cujo desconhecimento é que, em última análise, cria o vago bloqueio nosso de aventurar-nos pelo desconhecido?
As pessoas deixam de viajar não por medo de ficarem sem dinheiro na Europa ou se afogarem no mar Egeu ou, ainda, terem pneumonia no inverno. É pelo receio de não saberem como é que se chega, como funcionam as coisas, como é que se pede informações, como se faz para telefonar, quanto custa um café com leite ou um rolo de papel higiênico. Em sumo, se eu vou sobreviver sem fazer papel ridículo ou me sentir perdido.
Mais um trechinho, agora de um capítulo sobre alimentação:
Espírito de uma terra onde o comer não é pecado nem é feio, onde o barroco nunca deitou raízes, com seus dilemas cruciantes (Uma tarte-aux-pommes ou o meu regime?), e a Inquisição não teve as tintas mórbidas da Península Ibérica. A herança vital dos gregos e romanos resistiu sob o asceticismo e os esquálidos modelos medievais. (Está certo, os santos das fachadas góticas são magérrimos. Já os gárgulas...)
Lá pelas tantas, a própria autora reconhece o valor do livro, ao dizer, num capítulo sobre as opções de transporte: Quase tenho remorsos de fazê-lo chegar tão informadinho a Paris, roubando-lhe o friozinho no estômago.
O que já disseram:
Djegovsky:
É mais que um guia, é um companheiro de viagem.
Contras: os diversos erros de revisão que não precisavam estar lá.
4 estrelinhas
Inovador
O livro de Mariléa é inovador pois não se limita a dar dicas de lugares para visitar. A autora realmente ama a cidade francesa e escreve para todos aqueles que desejam (ou já desejaram) muito conhecer Paris mas que, como ela, não têm tanta grana assim. Na verdade o livro bem poderia se chamar Guia do Brasileiro Pelado em Paris. Não é exagero, Brasileiro Pelado é uma figura criada pela própria autora para se referir aos que só podem ir pra Europa contando suas moedinhas depois de quebrar o porquinho (ou seja, quase todos nós). Não por acaso, o subtítulo é: Para aproveitar o máximo e gastar o mínimo.
Diferente
O Guia já começa de uma maneira inusitada. A autora instiga o leitor a se mexer, mostrando que, se ele não foi a Paris ainda, é somente porque ficou inventando desculpas esfarrapadas até agora. A introdução é pura motivação. Até quem nunca pensou em colocar os pés em Paris, como eu, fica tentado a conhecer a capital francesa. O tom que impera no resto do livro é de um bate-papo com o leitor, sem jamais descuidar da informação precisa.
Gostoso
A descrição de cada lugar não é meramente informativa, cada itinerário do Guia é um verdadeiro passeio pela cidade. Mariléa é realista e nos mostra que problemas, dificuldades e contratempos fazem parte de qualquer viagem, mas, no caso de Paris, os obstáculos apenas acrescentam um sabor de aventura ao roteiro. Ela conta suas roubadas e dá conselhos baseados nas suas boas e não tão boas experiências (lembre-se: tudo é aventura).
Informativo
Escrito de forma bastante pessoal, o Guia pode ser quase considerado um diário de viagem. Mesmo assim, informação precisa não falta no livro: desde a documentação que você tem que providenciar ao tomar a decisão de viajar (o que certamente deve ocorrer ao longo da leitura) até o momento da volta, passando por hospedagem, alimentação e (principalmente!) ga$to$, tudo está detalhada no Guia, com telefones, endereços, mapa das linhas de metrô e o que mais for preciso para o sucesso da sua viagem (até mesmo dicas sobre como arrumar a mala).
Nas palavras da autora:
Nos guias de viagens, quem é que nos conta a VERDADE mesmo – aquelas insidiosas, reles e constrangedoras miudezas que fazem a vida funcionar e a pessoa sobreviver no estrangeiro e cujo desconhecimento é que, em última análise, cria o vago bloqueio nosso de aventurar-nos pelo desconhecido?
As pessoas deixam de viajar não por medo de ficarem sem dinheiro na Europa ou se afogarem no mar Egeu ou, ainda, terem pneumonia no inverno. É pelo receio de não saberem como é que se chega, como funcionam as coisas, como é que se pede informações, como se faz para telefonar, quanto custa um café com leite ou um rolo de papel higiênico. Em sumo, se eu vou sobreviver sem fazer papel ridículo ou me sentir perdido.
Mais um trechinho, agora de um capítulo sobre alimentação:
Espírito de uma terra onde o comer não é pecado nem é feio, onde o barroco nunca deitou raízes, com seus dilemas cruciantes (Uma tarte-aux-pommes ou o meu regime?), e a Inquisição não teve as tintas mórbidas da Península Ibérica. A herança vital dos gregos e romanos resistiu sob o asceticismo e os esquálidos modelos medievais. (Está certo, os santos das fachadas góticas são magérrimos. Já os gárgulas...)
Lá pelas tantas, a própria autora reconhece o valor do livro, ao dizer, num capítulo sobre as opções de transporte: Quase tenho remorsos de fazê-lo chegar tão informadinho a Paris, roubando-lhe o friozinho no estômago.
O que já disseram:
Djegovsky:
É mais que um guia, é um companheiro de viagem.
Contras: os diversos erros de revisão que não precisavam estar lá.
4 estrelinhas
Achei o Guia nada esclarecedor,dinheiro jogado fora, não me ajudou em absolutamente nada!
ResponderExcluirO que você fez em Paris, afinal?
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