Como em
todo domingo à noite, ela estava sozinha no seu modesto apartamento. Ela andou
pela sala e comeu a mesma coisa que comera no almoço: queijo, manteiga, pão,
cerveja. Vegetariana, ela está condenada a tal monotonia alimentar. Desde a sua
estada no hospital da montanha, a carne lhe lembra que seu coprpo poderia ser
fatiado e comido tão facilmente quanto o corpo de um bezerro. Claro, as pessoas não comem carne humana,
isso as aterrorizaria. Mas esse terror apenas confirma que um homem pode ser
comido, engolido, transformado em excremento. E Milada sabe que o terror de ser
comida é apenas o efeito de um outro terror mais geral que está na base de toda
a vida: o terror de ser um corpo, de existir na forma corporal.
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