segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Coca-Cola na literatura

Stephen King é um defensor ferrenho da citação de nomes de produtos em obras literárias. Diz ele: 
"E eu acho que uma das coisas que eu tenho que fazer é dizer, é uma Pepsi, OK? Não é um refrigerante. É uma Pepsi. É uma coisa específica. Diga o que você quer dizer. Diga o que você vê. Faça uma fotografia, se você puder, para o leitor." Haruki Murakami é outro que se vale bastante de nomes de marcas em suas obras. Talvez, se os escritores mais antigos, como Dickens, Dostoiévski e Balzac, fossem menos tímidos em fazer comerciais incidentais, teríamos um retrato mais rico do espírito do seu tempo.
 
Assim, só por curiosidade, dou três exemplos de citação de Coca-Cola por autores consagrados.

Slogan criado por Fernando Pessoa para a Coca-Cola:


"Primeiro, estranha-se, depois entranha-se." 

No livro A vaca e o hipogrifo, de Mario Quintana, aparece:

"
Porque a coca-cola não é verdadeiramente uma bebida — concluiu ele —, a coca-cola é um estado de espírito…"

Nesta entrevista de Gabriel García Márquez para a revista Playboy, em 1983, ele revela algo surpreendente:

Uma cena memorável de Cem Anos é a do padre que levita quando bebe chocolate quente. Como é que você teve essa ideia?

Bem, havia um padre em Aracataca de quem se dizia que era tão santo que se elevava do chão quando levantava o cálice durante a missa. Quando escrevo sobre aquele episódio, ele não me pareceu acreditável. Ora, se eu não acreditar em algo, o leitor também não acreditará. De forma que decidi ver como ficaria com outros vasos e líquidos. Bem, ele começou a beber todo tipo de coisa, e nada funcionava. Finalmente fiz ele beber Coca-Cola, e me pareceu a bebida perfeita! Contudo, eu não queria fazer propaganda gratuita da Coca-Cola, de forma que dei ao padre chocolate quente, o que também pareceu acreditável. Se eu fosse adiante com a Coca-Cola, iríamos ver grandes outdoors na América Latina dizendo: SUBA AOS ARES COM COCA-COLA!

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